sábado, 3 de novembro de 2012

Fica mais um pouco

Te diz boa noite, mas sabe que não está tão bem assim. 

Precisava mesmo que você corresse, lhe desse um abraço apertado, pra protegê-la dos perigos que se apresentam na sua ausência. Talvez esses perigos não existam. Todos sabem, inclusive você, que a cabeça dela funciona diferente, logo, existe um grande potencial dos perigos fazerem parte da imaginação colorida e confusa que ela insiste em alimentar. Reais ou não, ela os cultiva diariamente, gastando sua energia em coisas inúteis. Inúteis pois não foram usadas pra lhe contar a verdade. Te dizer aquilo que gritava em seu peito e se agarrava a sua língua com medo de pular pra fora e em um susto espantá-lo pra longe.

Assim, as ideias continuam vagando na cabeça. Procurando um lugar pra se encaixar. Esses pensamentos nada mais refletem a não ser a extrema vontade que a consome toda noite. O desejo de que o cochilo juntos  ao final da tarde se tornasse um sono terminando às sete da manhã do dia seguinte. O desejo de que a companhia do almoço se estendesse até a janta. O desejo de que o beijo de boa noite fosse interrompido pelo do "Bom dia, amor". O desejo do abraço infinito cheirando conforto e um café com gosto de saudade.