sábado, 8 de dezembro de 2012

Hospedeiros de campos obscuros

Quem nunca sentiu uma vontade imensa de sumir (ou sumir com todos) que atire a primeira pedra. Não sentir nada senão o vazio, pode ser algo completamente repugnante, desesperador e aconchegante ao mesmo tempo. Confesso que a última opção nunca vivenciei, pelo menos não que a memória não me falhe. O que me vem acontecendo muito ultimamente.
Tudo ao seu redor parece tão inútil, assim como sua própria figura tola no espelho. Você se olha e nada vê a não ser um vazio. Sua imagem é refletida, mas o interno, que realmente conta, são poucos os que vêem. Gosto desses, dotados de uma personalidade e praticamente super poderes, que conseguem ver através de pessoas. Ver o além da pura imagem de cada um de nós. Enxergar através de paredes se torna algo tolo e sem uso, uma vez que o que pode ser encontrado do outro lado da parede, são na maioria dos casos apenas objetos. Minha mente vaga por cantos obscuros só de pensar no que eu poderia encontrar na mente de alguém. Ou na minha própria. Tantas vezes me sinto como se tivesse me auto bloqueado, e que as pessoas simplesmente não quisessem encontrar chave alguma que pudesse permitir acesso à mim. Pela confusão que eu não deixo de encontrar até em meus sonhos, creio que aquele que se importasse com a chave logo a dispensaria. Ao que parece não há nada lá dentro que seja de bom uso, ou agrado. E eu, sem encontrar alguém que me ajude na busca da chave, e sem disposição e vontade para procurá-la por mim mesma, me deixo levar. O que me resta são os pensamentos vagos, os restos mesmo. Eles estarão sempre lá, como fantasmas a procura de alguém a quem assustar. Assim que eu os inicio, eles consomem mais ainda a minha vontade de achar a bendita chave. Pudera eu, me lembrar da razão pela qual fui escondê-la.